scan0077

Parece que todos no Brasil voltaram a administrar preços, esquecendo-se da eficiência  e da produtividade.  O artigo a seguir foi escrito por José Geraldo Vantine, presidente da Vantine Consultoria, empresa de Consultoria Logística e Supply Chain Management.

O binômio competência-gerência explica todos os graves problemas que afetam o País atualmente. Das empresas ao presidente da Republica, o Brasil voltou a insistir apenas em administrar preços. Não se houve falar em eficiência, produtividade, redução de custos.

No Brasil, o Preço de Vendas de um produto é igual ao seu Custo mais Lucro, ou seja, PV=C+L. Nas economias modernas essa equação já mudou. La se fala em custo e a expressão fica assim: C+PV-L.

Os termos da expressão são os mesmos, mas há uma mega distância entre as duas realidades. Mais do que uma distancia, existe diferença de cultura, ética, de competência e profissionalismo. Por aqui, como iniciativa privada e governo mantêm historicamente uma ligação incestuosa, que serve para incentivar cartéis e oligopólios, amarrando o desenvolvimento econômico e social do País, fica mais fácil o empresário pegar o avião e desembarcar em Brasília. Claro, para discutir preços.

O desempenho empresarial brasileiro passa ao largo da tecnologia, evolução cultural, sistemas gerenciais e uma serie de outras preocupações que levariam direto à batalha de buscar sempre o custo menor e a maior qualidade. Administrar custo é sinônimo de competência; investir na ponta do preço é afundar a cabeça na terra.

Governo e iniciativa privada perderam a década de 80 gastando em produtividade voltada unicamente para produção, quer dizer, projetos confinados as quatro paredes de uma fabrica. A indústria não se preocupou com tecnologia de processos, qualidade total na empresa como um todo, não se preocupou com a sua modernização cultural. Também deixou de dar importância a utilização da informática nos sistemas de informações, para melhorar o resultado final. Enfim, não se conseguiu entender que produtividade significa lucratividade.

O governo montou um programa de produtividade e qualidade e qual foi resultado efetivo, e qual o beneficio? Nenhum. Foram dois anos jogados fora. Governo e empresa são na verdade pessoas. E se há graves problemas hoje nesses dois setores é porque não existe competência das pessoas. A explicação para isso é simples: a gestão interna não se modernizou não se adaptou ao dinamismo das mudanças de um mundo cada vez mais global. Essa mesmo a gestão interna não olhou o mercado e, pior do que isso, esta usando ferramentas modernas em ambientes arcaicos, como a utilização de computadores de ultima geração em serviços de contabilidade e administração de pessoal, ao invés de varrer toda a empresa.

LEIA O ARTIGO INTEIRO NO PDF ACIMA.

Matéria O ESTADO DE SÃO PAULO – PAINEL DE NEGOCIOS – 23 DE MARÇO DE 1993