Caminhões circulam em área de acesso ao porto de Santos

O açúcar e a chuva viraram bodes expiatórios e não podem ser responsáveis únicos pelo congestionamento no porto de Santos, diz o consultor de logística e engenheiro José Geraldo Vantine, presidente da Vantine Logistics Consulting.

“O porto de Santos já vive um apagão logístico há muito tempo, uns cinco anos. O porto público está em fase terminal”, afirma.

Ele faz uma diferença entre a área pública e os terminais privados. O porto de Santos tem partes arrendadas a empresas privadas. Para Vantine, essa área particular vai bem.

O consultor afirma que apagão não significa colapso, mas sim que há restrições pontuais e frequentes. “À medida que apagões ocorrem com mais frequência, aí sim isso tende ao colapso.”

Para ele, falta programação no porto. “Tudo tem de funcionar de maneira sincronizada (usina, transporte, operador, navio).”

O mau tempo não pode ser a explicação de todos os atrasos. “Os navios com porões sempre fecham com chuva. Desde Pedro Álvares Cabral. Chove no mundo inteiro, em todos os portos”, afirma

“O que aconteceu com o açúcar neste ano aconteceu com a soja ano passado, não é novidade. O açúcar virou um bode expiatório”.

Fonte:
Armando Pereira Filho
Editor do UOL Economia