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Uma alternativa é a empresa de Logística Integrada, cujas funções são bem mais amplas que o transporte. Eles se encarregam do sub-sistema suprimentos e distribuição, ao executar tarefas como: Entregas, Administração Física e Contábil dos Estoques, Gerência de Armazéns, Transporte e Distribuição Capilar (para depósitos ou clientes, em cargas fracionadas).

Uma rede de magazines é certa, talvez não possa prescindir da frota própria, diante do grande volume de materiais que têm de distribuir às lojas. Pequenos varejistas, porém, podem formar um “pool” e montar uma central de distribuição conjunta, a fim de receber a carga unitizada e, posteriormente, fracioná-la para entrega às lojas de cada um dos participantes. Muitas indústrias e redes comerciais, de outro lado, costumam combinar as diversas formas de transporte: mantêm uma frota própria para viagens internas – da fábrica à central de distribuição ou da central às lojas – e contratam serviços de terceiros para o transporte externo ou de produtos sensíveis – como os gêneros perecíveis, que precisam ser acondicionados em instalações especiais. A escolha da alternativa, porém, deve ser acompanhada – senão precedida – de medidas internas de racionalização.

E, entre elas, a mais importante talvez seja a unitização – que começa a despontar como uma forte tendência para movimentação de materiais. A adoção de equipamentos para movimentação e transporte de cargas unitizadas reduz o tempo das operações, necessidade de mão-de-obra e aumenta a segurança da carga transportada.

Além disso, a passagem para a carga unitizada é obrigatória para a instalação de centrais de distribuição ou depósitos intermediários entre o ponto de saída e chegada da mercadoria. É fundamental na utilização do transporte intermodal que, por envolver a conexão de diversos veículos, também reduz o tempo de viagem e os riscos de avarias. Outras medidas que racionalizam o sistema de transporte são o design da embalagem, definição de percursos e planejamento da utilização ou de distribuição da carga no interior do veículo. Estatísticas mostram que a embalagem mal projetada é responsável por 70% das perdas de mercadorias durante a viagem. Se incluídas no projeto logístico, elas não só funcionam como uma proteção, mas também com elo de integração de todo o sub-sistema, permitindo a otimização do uso de espaço nos armazéns e veículos que devem rodar sempre com a maior carga possível em rotas planejadas, para reduzir e diluir os custos variáveis.

Logística e Desempenho Empresarial

A implantação de um sistema de logística integrada é determinante ao desempenho empresarial. Seus efeitos não só acarretam ganhos de eficiência interna, como de competitividade no mercado. A eficácia com que os materiais se tornam disponíveis ao usuário – no local data e quantidade adequadas – em ter influência profunda na relação custo/benefício. Além disso, por envolver funções que se encontram distribuídas pela empresa, o projeto acaba por atingir diretamente departamentos como compras, produção, finanças, contabilidade e marketing. E, ao fornece-lhes uma linha mestra de atuação, proporciona maior eficiência a sua atividade até então desenvolvida isoladamente. Do ponto de vista econômico, os efeitos do projeto também são visíveis. A redução de custos acarretada acaba gerando o aumento do capital disponível da empresa em conseqüência, de sua liquidez. Pode-se dizer, portanto, que o projeto logístico acaba se transformando em um remédio eficaz para preservação ou recuperação da saúde financeira da empresa.

Jornal – O Estado de São Paulo – Publicado em 04 de outubro de 1988

J.G. Vantine – Engenheiro Industrial, consultor, professor especializado em logística, distribuição, movimentação, armazenagem e embalagem. Professor da OEA para América Latina. Diretor geral da Vantine & Associados, empresa especializada em Logística e Distribuição Física.

Diretor Geral da Vantine Consulting, empresa de Consultoria em Logística e Supply Chain Management.