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2.2 – Tempo

Tempo é uma das principais variáveis da logística. Sua redução tem impacto direto nos custos e desempenho da empresa. Um projeto bem administrado reduz o tempo necessário à transmissão de informações e transportes de materiais entre áreas de suprimentos, produção e distribuição. Com isso, reduz, em última instância, o prazo existente entre o recebimento do pedido e a entrega do produto ao consumidor. Esse processo conhecido como “Lead time” é um instrumento gerencial de máxima importância para as empresas modernas, a fim de garantir competitividade e a conseqüente lucratividade.

Vamos tomar como exemplo as empresas A e B, que possuem a mesma qualidade na prestação de serviços, a mesma agilidade de atendimento e conseguem a mesma economia de escala.

A diferente é que a empresa A, processa rapidamente os pedidos, mas transporta os produtos em caminhões. Na empresa B, o processamento é lento, mas os produtos são enviados por avião.

Em termos de logística, a empresa A tem algumas vantagens sobre a B. Primeiro, porque pode, se necessário, efetuar as entregas mais rapidamente, substituindo o caminhão pelo avião. Depois, porque seu sistema de trabalho tende a ser mais barato. No entanto, se investir na agilização do processamento de pedidos – através da informática, por exemplo – a empresa pode ser tornar mais ágil que a A : terá conseguido maior velocidade nas etapas inicial e final do processo de distribuição.

 

2.3 – Informação

A agilidade na transmissão e processamento da informação é essencial à logística. È a partir do fluxo de informações que nasce o fluxo de materiais. Qualquer falha nesse ponto pode, portanto, comprometer o andamento de todo o projeto. As opções tradicionais são correio, telégrafo, telex e sistemas telefônicos. Com o desenvolvimento tecnológico, porém, novas técnicas e equipamentos puderam ser incorporados a essa relação. A implantação de computadores, por exemplo, o controle integrado das áreas de suprimentos, produção e distribuição. A instalação de terminais em pontos-chave – como no recebimento, compras e estoques – garantem o processamento e a transmissão quase instantânea de pedidos, retiradas, plano de rotas e controle de transporte. Com isso, pode -se adotar práticas de previsão e controle totalmente inacessível ao processo manual.

 

2.4 – Modais de Transporte

São os canais utilizados para o escoamento de materiais e do produto final, do fornecedor ao cliente, dos armazéns para a fábrica, da fábrica às centrais de distribuição aos pontos de venda. Podem ser ferroviário, rodoviário, aéreo, fluvial ou marítimo. No Brasil, o modal mais usado é o rodoviário, com cerca de 70%. Alguns estudiosos da Logística defendem, porém, a viabilização do transporte marítimo, considerando que a maior parte dos pólos produtores e exportadores está localizada em regiões próximas ao litoral.

O uso sucessivo de duas ou mais modalidades de transportes como utilização de conhecimento única chama-se Transporte Intermodal, sistema muito usado no mundo moderno, por oferecer a possibilidade de se atingir grandes distâncias a um custo menor, ou mesmo para unir dois pontos onde é impossível o uso de apenas um modal, como por exemplo, para a exportação ao mercado europeu, americano ou japonês.

O transporte intermodal revolucionou o sistema de transporte, exigindo profundas mudanças na concepção de caminhões, aviões, navios e infra-estrutura portuária, rodoviária ou aeroportuária, uma vez que novos métodos de movimentação de carga foram introduzidos com o uso do contêiner e do palete, que são os elementos de interface do transporte intermodal.

 

2.5 – Unitização

O conceito básico de unitização de mercadorias consiste na reunião de pequenos e variados volumes em unidades maiores para permitir a movimentação como se fosse uma só unidade. Uma carga utilizada exige necessariamente o uso de equipamentos mecanizados de movimentação de materiais. Entre os vários métodos de unitização, os mais importantes e utilizados são: Paletização e Conteinerização.

 

Jornal – O Estado de São Paulo – Publicado em 08 de outubro de 1988

J.G. Vantine – Engenheiro Industrial, consultor, professor especializado em logística, distribuição, movimentação, armazenagem e embalagem. Professor da OEA para América Latina. Diretor geral da Vantine & Associados, empresa especializada em Logística e Distribuição Física.

Diretor Geral da Vantine Consulting, empresa de Consultoria em Logística e Supply Chain Management.