Cresce a demanda por especialistas nessa área de planejamento

A logística está mais do que nunca na moda. Pelo menos é o que demonstram as previsões que os consultores especializados passaram a projetar sobre a expansão dos seus negócios. José Geraldo Vantine, da Vantine & Associados, evita falar em números, mas não esconde que o potencial desse mercado o levou a abriri, em sociedade com Eduardo Mariath, uma empresa para oferecer sistemas e programas de informação para logística, a Logisystem. A expectativa de Marcos Isaac, diretor da Modus Logística Aplicada, é chegar ao final do ano com uma média de projetos contratados três vezes maior que a de 89. Na Andersen Consulting, a estimativa de que a receita nessa área dobre até 93 passou a estimular o aumento dos investimentos em software e pessoal, revela o consultor José Carlos Ferreira Villela.

Mesmo otimista, os consultores admitem, no entanto, que têm um duro trabalho pela frente. Primeiro, porque o interesse pela logística ainda está concentrado em alguns setores, como a indústria de alimentos e a de produtos de consumo. Segundo, em razão da “mania nacional” de trabalhar com pouco ou nenhum planejamento. Isaac lembra, por exemplo, que até hoje há indústrias utilizando três tamanhos diferentes de paletes, e Vantine critica especialmente a cultura empresarial de alguns supermercados. “Há quem toque um negócio de US1 bilhão como se fosse o bar da esquina”, diz.

Depois, existe ainda a complicação adicional: a logística deu um salto evolutivo muito grande nos últimos anos, sem que muitos administradores percebessem. A logística não é mais a mesma dos anos 70, quando administrava apenas a área de transporte e custos de 1,5% a 3%, nem a década passada, que gerenciava a distribuição física e custos de 5% a 8%. A logistica está falando a mesma linguagem do ambiente empresarial contemporâneo, onde precisão e velocidade de informações, qualidade dos produtos e o grande diferencial no atendimento são vitais para a sobrevivência das empresas.

Como a globalização da economia, a logística derruba barreiras, integrando e orquestrando os setores de suprimentos, produção e distribuição em busca do ótimo do todo e não mais do ótimo das partes. E para isso, usa ferramentas como a padronização e a modularização das embalagens, a paletização, o transporte intermodal e veículos adequados às cargas e às distâncias. É grande consumidora da informática e assume a função de ajudar as companhias a correr contra o tempo para chegar mais rápido – e com um bom produto – aos clientes.