VIVENDO A LOGÍSTICA

BRASIL: O PAÍS DO FUTURO DORMIU NO PONTO

Acabei de sair do evento Fóruns Estadão Regiões – Sul do Jornal O Estado de São Paulo – Os novos caminhos do Sul com a participação do Ministro dos Transportes, Paulo Passos, do Marcelo Perrupato, da Secretaria Nacional dos Transportes, entre outras autoridades regionais.

O discurso do Ministro foi “pasteurizado”, ou seja, nada acrescentou de novidade, apenas elencando os diversos Projetos e algumas Obras em andamento ou finalizadas pelo País, usando como pano de fundo o PNLT. Na verdade voltou a defender a tese sobre a mudança na matriz de transporte fundamentado no conjunto de projetos de novas ferrovias em direção oeste, bem como, de algumas hidrovias. Questionei-o se esta não era uma visão equivocada uma vez que essas novas ferrovias não ligarão pólos produtores e consumidores e com isto perpetuando a vocação graneleira do modal ferroviário, e sendo assim não haverá a tal da alteração da matriz. E na verdade a vetorização do PNLT esta tecnicamente correta uma vez que mapeia novas frentes de produção agrícola e industrial do país até 2023, mas isto não induz necessariamente à mudança de configuração da matriz de transporte. E é um equivoco uma vez que quem determina o modal a ser utilizado sempre é o Mercado Embarcador, e este procura eficácia, produtividade e lucratividade. Em minha opinião o modal rodoviário vai continuar no seu patamar de 60% de participação por longos anos, porque as ferrovias atuais pouco atuam na carga geral, e o hidroviário de cabotagem continua não sendo atraente para distribuição de bens de consumo.

Discursos semelhantes eu ouvi de autoridades do Governo e de agencias reguladoras, cerca de quinze dias em evento na FIESP, o que me leva a concluir que: O BRASIL DEIXOU DE SER O PAÍS DO FUTURO E PASSOU A SER O PAÍS DOS DESAFIOS, porque perdeu DEZENAS DE ANOS SEM INVESTIMENTO NA INFRAESTRUTURA PARA O TRANSPORTE DE CARGA DE TODAS AS MODALIDADES. Nem mesmo nada adiantou o famigerado PAC, porque estamos revivendo aquela fase em que meu amigo Geraldo Vianna cravou a frase “APAGÃO LOGÍSTICO”.

Vejo que o Brasil é o país dos desafios e dos projetos, mas não consigo enxergar realizações concretas que tirem do papel e dos discursos as hipóteses transformando os fatos.

Faço destaque neste Evento do ESTADÃO para a conhecida lucidez do meu amigo Marcelo Perrupato, grande coordenador do PNLT – PLANO NACIONAL DE LOGÍSTICA E TRANSPORTES, muito bem fundamentado nas premissas e nos princípios. Lamento que sendo este um mega Programa de Estado, esta se transformando em Programa de Governo e por isso as reclamações pipocam de todos os setores empresariais.

Particularmente sempre fui e continuo sendo grande defensor da navegação de cabotagem, mas ela sempre encontrou barreiras para atratividade principalmente das indústrias de bens de consumo e do grande varejo brasileiro. Esta falta de competitividade sempre ocorreu em função principalmente das restrições nas operações portuárias e é por isso que milhares de carretas rodam pelas estradas entre Porto Alegre e Belém do Pará e chegando até Manaus pelo modal rodo fluvial. Aqui mesmo no Estado de São Paulo vivencio a grande dificuldade na “decolagem” do Porto de São Sebastião, uma alternativa de altíssimo interesse para a cabotagem principalmente na ligação Manaus – Sudeste.

Meu combustível sempre foi o otimismo e o entusiasmo não por Projetos, mas por Realizações e neste aspecto o cidadão Paulo Passos, sério e competente infelizmente esta na função de Ministro interinamente o que é um erro que fortalece a minha tese de que tudo neste País depende de Governo e não de Estratégia de Estado, e por isso meu temor de que continuemos dormindo no ponto e em breve concluirmos que o Brasil deixou de ser o País do Futuro para se tornar o País do Passado.

JG Vantine
VANTINE SOLUTIONS


PONTO DE VISTA

SATISFAÇÃO DO CLIENTE: De quem é a responsabilidade!!

Até o final da década de 90, em nosso País inexistia esta preocupação, tanto porque a competição era pequena, como os clientes eram pouco exigentes. Isto mudou drasticamente (os fatores são vários) e o fato PE que atualmente o velho ditado “O freguês sempre tem razão” significa que cliente mal atendido vira ex-cliente, e muitas vezes levando consigo outros mais.

A questão hoje está em definir a que setor da empresa esta a responsabilidade por esta missão. Antes esse papel era da área comercial, mas o atendimento era puramente de negociação e ninguém rastreava (e continua não rastreando) o pedido. Tecnicamente falando trata-se do Gerenciamento do OCT – ORDER CICLE TIME.

Com o advento da gestão integrada do abastecimento (SCM), as coisas precisam mudar, até porque esta é uma atividade pouco compreendida e muito confundida com a Logística.

De toda forma vamos analisar a definição da Logística a seguir:

“Logística é uma parte da cadeia de abastecimento que planeja, implementa e controla com eficácia o fluxo e a armazenagem dos bens, dos serviços e das informações entre o ponto da origem e o ponto de consumo destes itens, a fim de satisfazer os requerimentos do Cliente”.

Então, o que significa o final da definição acima grifado?

Para sua empresa como é administrado o binômioPROMETER (vendas) x CUMPRIR (Logística ou SCM)? Na grande maioria dos casos aí é que mora o perigo: a falta do Comprometimento tendo como conseqüência a perda de credibilidade (“credibilidade é a coerência entre que se fala e o que se faz”).

Na visão do cliente seu único interesse é o PEDIDO PERFEITO (produto certo, na quantidade certa, sem avarias e no prazo acertado) e isto para o fornecedor não é tão simples, apesar do alto volume de tecnologia embarcada (ERP, WMS, S&OP). E sabe por quê? Pessoas e processos não falam a mesma linguagem e também na maioria dos casos a própria organização não estabelece claramente as responsabilidades entre VENDASLOGÍSTICAPRODUÇÃO e isto conduz a um resultado antigo e indesejado: ALTO INVENTÁRIO e BAIXO NÍVEL DE SERVIÇO.

É hora de mudar!!

JG Vantine
VANTINE SOLUTIONS

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