VIVENDO A LOGÍSTICA

Uma das maiores preocupações das empresas fornecedoras e dos supermercados, era a “racionalização do abastecimento”, ou melhorias na Distribuição Física.

ABRAS e ABIA iniciaram conjuntamente as discussões e análises sobre o tema, lembrando que em 1984 a tecnologia da informação estava no estágio do “Mainframe”. O sistema operacional windows não existia, e nem pensava em WMS ou TMS. Logo, os estudos eram dedicados ao fluxo físico dos produtos.

Um estágio natural e necessário no momento certo, como aliás ocorre em todas as áreas da arte e da ciência ao longo da história.

Criamos o Departamento de Logística na ABRAS (sim, já com essa denominação), com o apoio do Sérgio Dória, coordenação do Paulo Lima e Coordenação técnica minha. Entre outros temas, preparamos o terreno para o futuro, como:

Entregas noturnas;
Mecanização da movimentação e armazenagem;
Abastecimento programado;
Composição de custos e análise comparativa entre “Entrega Direto Loja” ou “Entrega Direto Depósito”.

Pela importância do tema, apresentado na convenção da ABRAS em Recife, em 1984, logo na seqüência, a convite da Associação Argentina de Supermercados, apresentamos palestra em Buenos Aires. As grandes redes internacionais estavam chegando, como o Carrefour, com modelos novos de gestão, como neste caso, o conceito de Loja Independente, conforme diagrama:

Por incrível que pareça, essa tema discutido em 1984, não se extingui. Continua na pauta das discussões até hoje!

Outro fato marcante em 1984, foi o lançamento do livro “Embalagem de Papelão Ondulado” que produzi em parceria com dois grandes especialistas à época, o Antonio Carlos Falanga, da Rigesa, e o Ronildo Paulo Peroti de Oliveira da Klabin, com o apoio da ABPO – Associação Brasileira do Papelão Ondulado.

Esse livro foi elaborado com base no “SIET”, Sistema Integrado de Embalagem de Transporte, desenvolvido por mim em 1976 na General Motors, e inteiramente vocacionado para produtos da categoria FLV – Frutas, Verduras e Legumes, de forma a atender os grandes produtores e os distribuidores do CEAGESP.

O objetivo maior desse livro foi de fornecer elementos técnicos para substituição da antiquada e improdutiva “caixa K”, pelas modernas embalagens de P.O., com características tanto de resistência e proteção, como de marketing e exposição nos pontos de vendas.

Agora, 2004, para quem vai ao Supermercado, não percebe, mas graças a esse livro, essa indústria se desenvolveu!

JGVantine


PONTO DE VISTA

CHINA INVESTE NA LOGÍSTICA BRASILEIRA

Aqueles que se queixam do excesso de viagens presidenciais, tanto neste quanto no governo anterior, tiveram um excelente motivo para pensar melhor nesta semana e admitir que os frutos destes contatos internacionais são importantíssimos para inserir o Brasil no contexto global. Veja-se a viagem da grande comitiva de empresários brasileiros, encabeçada pelo nosso presidente Luiz Inácio Lula da Silva à China, iniciada no último final de semana. De todos os resultados que virão desta parceria com o maior país do mundo, o grande destaque são os investimentos no setor de logística. São bilhões de dólares, que trarão, para nós, um espetacular avanço em competitividade e, para eles, um enorme fornecedor e cliente da sua indústria.

Os projetos brasileiros com mais chances de receber investimentos chineses em curto prazo são a conclusão da ferrovia Norte-Sul, a modernização dos portos de Itaqui (MA) e Santos (SP) e a irrigação de cana-de-açúcar na Bahia para fabricar álcool etanol.

O protocolo que abre caminho para os investimentos foi assinado na segunda-feira (24/5) pelos presidentes Lula e Hu Jintao, em Pequim. O governo brasileiro apresentou às autoridades chinesas todos os projetos que poderiam receber investimentos dentro do modelo da PPP (Parceria Público-Privada). Somente na construção de ferrovias, a China pretende investir US$ 6 bilhões no Brasil, segundo o governo brasileiro.

Com a maior população e a economia que mais cresce no mundo, a China entende que é vital garantir o suprimento de produtos agrícolas e de matérias-primas para suas empresas. Daí o interesse em melhorar o sistema brasileiro de escoamento de soja e de minério de ferro, usado na produção de aço, entre outras cadeias logísticas. A China investirá, por exemplo, US$ 600 milhões (R$ 1,8 bilhão) em dois projetos de irrigação na Bahia.

Lula também inaugurou o escritório da Petrobras em Pequim e afirmou que, como o Brasil, a empresa chegou na China “para ficar”. E a Vale do Rio Doce fechou um acordo com a chinesa Chalco, uma das maiores produtoras de alumínio do país.

O governo brasileiro tem feito um lobby para que a China adote
combustíveis alternativos, como o álcool e o biodiesel, produtos que o Brasil fabrica com vantagens tecnológicas. Outros 11 acordos foram assinados para investimentos em turismo.

“O protocolo é o coroamento de um processo que se desenvolveu por vários meses, quando missões chinesas foram ao Brasil e missões brasileiras vieram à China”, disse o ministro do Planejamento, Guido Mantega.

São viagens assim que queremos ver mais e mais no noticiário. E, neste caso em particular, o mundo todo está atento à histórica união dos gigantes da Ásia e da América Latina. O panorama internacional, com certeza, não será mais o mesmo.

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