VIVENDO A LOGÍSTICA

FILAS DE CAMINHÕES. ATÉ QUANDO?

Não por acaso, esta matéria publicada na Revista SuperHiper em Março/1995 ilustra de forma concreta, objetiva e preocupante do conteúdo que tratei neste editorial (Ponto de Vista). O problema não é novo e absolutamente nada se fez nestes 12 anos. E assim não pode continuar, estamos próximos de um colapso, pois a cidade de São Paulo, bem como outras cidades já estão com seu trânsito “enfartados” há muito tempo.

Leia a matéria na integra e tire suas conclusões.

Matéria Revista SuperHiper


PONTO DE VISTA

MOBILIDADE URBANA E SEU IMPACTO NA LOGÍSTICA

De uma forma global, as grandes metrópoles do mundo já vêm discutindo a MOBILIDADE URBANA há alguns anos. Isto devido ao adensamento da população urbana, principalmente a mecanização da produção no campo. Há também uma severa preocupação, tendo em vista o crescimento desproporcional entre a necessidade da movimentação de pessoas e mercadorias e a oferta de infra-estrutura de melhorias do sistema viário.

Aqui no Brasil, a legislação obriga que a maioria dos municípios elabore e aprove nas Câmaras Municipais o chamado “Plano Diretor”. Mas eu estudei vários plano diretores e posso concluir que nada mais são que genéricas orientações muito mais teóricas e parecendo terem sido originados de um mesmo livro técnico. Chamo atenção para o agravamento, principalmente no atual estágio da economia brasileira que permite o financiamento de automóveis para até 84 meses, permitindo o acesso das classes C e D e obviamente aumenta a frota rodante, disputando o espaço finito dos sistemas viários destas grandes cidades. Repete-se no mesmo problema de aumento de demanda por espaço e mobilidade, enquanto a infra-estrutura e o sistema viário permanecem praticamente estáveis.

Especificamente na cidade de São Paulo vem crescendo sistematicamente a restrição de circulação de caminhões (ainda recentemente a Prefeitura ampliou o polígono da chamada ZMRC – Zona Máxima de Restrição de Circulação) e seguramente os setores envolvidos na produção, transporte, distribuição e comercialização de produtos precisam desenvolver uma profunda análise de problemas de restrições, e propor o conjunto de soluções que permita um planejamento do crescimento futuro, que necessariamente passam pelos aspectos: Operações – Jurídico – Condições de Compra e Venda – relação temporal e espacial do sistema viário.

Não dá para “deixar como está para ver como é que fica”, e nem mesmo pode a autoridade municipal e estadual ignorar no Plano Diretor a questão que relaciona mobilidade urbana e Logística, pois o transporte de pessoas tem o mesmo grau de importância (não necessariamente de prioridade) e o transporte de carga. Preocupado com este tema, há mais de 10 anos sob patrocínio da Associação Brasileira de Supermercados, criei, conduzi e propus soluções do Comitê de Distribuição Urbana que hoje eu rebatizo CONSELHO PERMANENTE DE LOGÍSTICA E MOBILIDADE URBANA que sintetizo na expressão CITY LOG.

J.G. Vantine.

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