VIVENDO A LOGÍSTICA

QUALIDADE NA DISTRIBUIÇÃO: A EXPOSIÇÃO SUL AMERICANA

No cenário de 1995 o Brasil passava por uma conjunção de fatores extremamente importantes, dos quais destaco:

1) O primeiro ano da circulação da nova moeda Real;

2) O primeiro ano do primeiro governo Fernando Henrique (Na verdade o primeiro eleito que cumpriu um mandato, depois de longos anos da revolução um presidente caçado, dois presidentes aloprados).

Neste ambiente, a Logística continuava em franca expansão de importância e neste ano ela daria um impulso que contaremos nos próximos capítulos com o surgimento da internet. Mas, naquele momento começamos a trafegar pela questão relacionada com a Qualidade do serviço ao cliente, literalmente integrado a própria definição da Logística.

E neste contexto, fui ao Chile para participar de um evento denominado “CALIDAD EN DISTRIBUCIÓN”, apresentando o tema “Como implementar um programa de calidad em los procesos logísticos: como la calidad em distribución le ahorra mucho mas dinero de lo que le cuesta” e com isso estendendo nossas fronteiras aos outros paises da América do Sul.

E para registro da história da Logística vivida por mim, bem como para acrescentar informação e conhecimento aos nossos leitores, anexamos o folder do referido evento no link abaixo.

Folder do evento

J.G. Vantine.


PONTO DE VISTA

INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA: RESULTANTE DAS CONQUISTAS

A referência que faço na expressão conquista é para remeter ao raciocínio de que desde os primórdios da humanidade os caminhos foram delineados pelo princípio da luta por territórios. E a história mostra a evolução do que hoje é a Europa desde as invasões dos bárbaros, dos otomanos e mais fortemente dos romanos, grandes conquistadores e especialistas na criação de rotas de conquistas que acabaram se transformando nas atuais grandes vias do transporte europeu.

A chamada Nova Inglaterra, hoje parâmetro de referência mundial em transportes viu acontecer o mesmo tipo de traçado das atuais rodovias e vieram como decorrência das conquistas do “homem branco” sobre as posses indígenas, e isso é fartamente ilustrado na literatura e nos filmes “velho oeste”.

A América do Sul e mais especialmente o Brasil não seguiu o mesmo princípio, e nosso caso específico como não houve conquistas, mas sim a “partilha de bens” do reinado de Portugal, as rotas foram criadas no sentido paralelo à Costa do País e muito posteriormente em direção Oeste. E tudo sem planejamento.

Na verdade isso tudo tem a sua lógica, porque atrás das conquistas vinham as populações e a partir daí as fontes de produção e consumo. A PARTIR DOS MEADOS DO SÉCULO XX TODA INFRA-ESTRUTURA DEVERIA PASSAR PELO PLANEJAMENTO. Isso porque o delineamento, principalmente de rodovias e ferrovias, deveria estar suportado pelo correspondente planejamento do crescimento da economia.

E me refiro a esse tema neste editorial que no mesmo dia (06/11) participei de dois debates relacionados ao tema: Um na FIESP em São Paulo apresentado pelo Governo da Bahia e o outro na NTC&Logística. O primeiro apresentou todos os projetos de infra-estrutura do estado da Bahia, no qual identifiquei o total descaso do nosso país e pelo menos nesta questão ficou literalmente “deitado em berço esplêndido”, e também verifiquei que as interligações das diversas regiões do País não estão sendo observadas de maneira sistêmica. No segundo, constatei que nesta questão da infra-estrutura de fato o Estado de São Paulo equipara-se aos EUA ou mesmo a Europa. E aí conclui que esta condição foi atingida porque houve visionários que souberam integrar o Porto de Santos ao Planalto Paulista e ao interior de São Paulo, não descuidando da sua interligação com todas as macro regiões do País. Concluo que, enquanto alguns países como Dubai e Angola são verdadeiros canteiros de obras, o Brasil é um verdadeiro “canteiro de projetos”.

J.G. Vantine.