VIVENDO A LOGÍSTICA

QUE FALTA FAZ PESSOAS COMPETENTES

Não por acaso, há cerca de 2 anos tinha idéia de realizar uma conferência de logística dedicada exclusivamente aos estudantes universitários. A idéia amadureceu, e acabei criando o ENALOG – Encontro Nacional Acadêmico de Logística, que será realizado no próximo dia 28 de agosto em uma parceria operacional com a NTC&Logística.

O foco é que o tema acima “Que falta faz pessoas competentes” vem se agravando cada vez mais (e observe que o artigo que você vai ler nesta edição, foi publicado em março de 1993 no jornal O Estado de São Paulo). Porque isso? Primeiro porque nos últimos cinco anos, a logística atingiu o mais elevado grau de importância tática e estratégica nas empresas, e segundo que houve uma proliferação de cursos de extensão, pós-graduação e MBA de logística em todo o país, sem a mínima regulamentação programática e nem mesmo certificação qualitativa dos professores (afinal não creio ser possível de uma hora para outra surgir grande quantidade deles).

É um tema que merece reflexão, pois não basta um título, é necessário ter competência, pois a cada ano que passa cresce muito o grau de exigência das empresas para os profissionais de logística. Pense nisso!

Artigo – Jornal O Estado de São Paulo – 23/03/93

J.G. Vantine.


PONTO DE VISTA

PARAR MAS NÃO PAGAR, EIS A QUESTÃO!

A Lei 11.442/2007 é rica e multifacetada. De texto objetivo, ela significa que a atividade de transporte deve ser respeitada pelos seus protagonistas e tratada com responsabilidade técnica, além de civil.

Tive a grata oportunidade de participar do II Fórum de Comércio Exterior realizado pela TVB e FETCESP, organizado pela Nanquim – Comunicação, na cidade de Santos, nos dias 01 e 02 passados. O evento foi ótimo. No segundo dia, além de autoridades locais esteve presente o ministro Pedro Brito da Secretaria Especial de Portos, com excelente presença. Na área de Transporte, Flávio Benatti (Fetcesp) e Geraldo Vianna (NTC&L), reforçaram a representação na composição dos que compuseram a mesa.

Tratando do tema “Impactos da Lei 11.442/2007 no transporte e logística” ficou evidente que esta lei marcará época, pelas mudanças a que se propõe. Devemos aguardar sua regulamentação, em andamento. Muitos não querem esperar, é claro, antecipam as discussões.

Tratando especialmente do Art.11, § 5º, um dos itens polêmicos, que mexe no bolso, no caixa, no cofre, foi lembrado que não há parada sem custo, porém quem paga a conta? Hoje parece que é o transportador, mas de fato, quem paga somos todos nós, direta ou indiretamente. Na oportunidade ressaltei a cultura do “espera um pouco” que resulta no caminhão parado. Pode ser no carregamento, trânsito, policiamento rodoviário, postos de fiscalização, balanças, descarregamento, além das necessidades essenciais do veículo e do motorista, como alimentação, repouso, manutenção.

Temos que debater e aprender muito sobre “Produtividade na cadeia logística”. Já no início dos anos 90, J.G.Vantine apresentou em palestra, a necessidade do que chamou de Frete-Tempo, uma proposta para ressarcimento do custo das filas nas indústrias e portos. O caminhão, codinome genérico dos veículos de carga, tem que vencer a inércia, superar as barreiras. Agora sua parada tem um valor de referência estabelecido por lei. Também podemos aplicar o princípio das trocas compensatórias na avaliação de propostas de investimentos que venham agregar valor à cadeia logística e botem os veículos pra rodar.

No ambiente legal nossa referência tem o número 11.442. Se a sociedade como protagonista dos negócios, colocar a racionalização e eficácia operacionais como objetivo, o que parece ser um custo adicional será de fato um estímulo à integração e à colaboração entre os elementos da cadeia, para cumprirmos nosso papel com o mínimo custo total.Não deixe de dar sua contribuição.

C.B.Marra