VIVENDO A LOGÍSTICA


PONTO DE VISTA

LOGÍSTICA E OS INVESTIMENTOS ESTRATÉGICOS

Logística é o nome de um processo. A palavra caiu no “uso e abuso” popular e teve seu significado ampliado inclusive com a ajuda das diversas mídias. Temos observado que o tripé “Gestão, Operação e Infraestrutura” tem sido utilizado para compreensão geral do termo Logística; assim vamos abordar o assunto infraestrutura neste contexto.

Hoje, baseado em resultados, é senso comum que o futuro de um país é projetado pelos investimentos que realiza em diversas áreas como educação e infraestrutura, basicamente. Infraestrutura está em todos os setores de alguma forma. Começa o ano, apenas uma referência de calendário, de orçamento, de promessas e expectativas, porém se não mudamos a forma de encarar e fazer as coisas não temos resultados diferentes nem melhores.

O Brasil chegou a ter no início dos anos 90, durante cerca de dois anos, o Ministério da Infraestrutura, composto pelos ministérios anteriores de Minas e Energia, Comunicações e Transportes refletindo a importância que o então presidente Collor estava imprimindo ao assunto. Durou pouco, pouquíssimo.

Comunicações e Transportes são assuntos diretamente ligados à Logística, aos fluxos de informação e produtos, respectivamente. Na segunda metade dos anos 90, o Ministério de Comunicações promoveu a privatização das empresas de telefonia, o que representava a comunicação no país. Pareceu um sonho; os telefones passaram de investimento familiar para aparelhos de uso geral, incrementado com o advento de celulares e hoje, as comunicações dependem de fibras óticas e outros elementos sofisticados associados também a TI Tecnologia da Informação; podemos esperar melhorias e avanços, mas nos tem conectado com pessoas, empresas e com o mundo!

Diversos aspectos do processo logístico se beneficiam, isto é, melhoram seus resultados com a utilização da informação. Com Transportes a situação ainda é a outra, a antiga, continua no passado. O termo Transportes geralmente faz as pessoas se lembrarem de caminhões, rodovias e pedágios, pois estes representam a parte mais visível e sensível do assunto, mais próximos do nosso dia a dia. Não podemos nos esquecer dos portos e aeroportos, portões de entrada e saída de produtos do país. Os projetos se acumulam, atrasam excessivamente durante a construção e parece que vai tudo bem. Fora da área de Logística, como exemplo, há no nordeste, um parque eólico que está pronto, mas não tem linha de transmissão. Agora, até a energia está sob risco de apagão, racionamento.

Voltando a Transportes, há insuficiência em todos os modais. Quando as operações requerem instalações multimodais a gravidade da situação está bem ilustrada nos complexos portuários onde continuamos tentando atender as necessidades já conhecidas, porém amarrados para tratar do crescimento necessário, ainda que vegetativo. Soluções econômicas através de interligação das operações de modais em instalações adequadas continuarão sendo coisas do futuro. A Cadeia, ou corrente do Suprimento ou da Logística também precisa que todos seus elos sejam idênticos, não podendo ter um “lado fraco”.

O PAC – Programa de Aceleração do Crescimento tem sido objeto de acompanhamento jornalístico, de forma geral. Além das emissoras de Rádio e TV, revistas e jornais como Exame, Época, O Estado de São Paulo, por exemplo, têm sido didáticos na abordagem do assunto disponibilizando informações e conhecimento a quem queira estar atualizado, como cidadão e executivo. O que vemos? Mais do mesmo…

Na edição 1031 de Exame (12/12/12), número “cabalístico” para muitas pessoas, a reportagem “Um trilhão de reais emPACado” aborda dez casos de investimentos problemáticos, sendo que seis são referentes a transporte e um em energia elétrica, que afeta à sociedade como um todo. O assunto é de fato, muito extenso e complexo para se abordar em um espaço como este por isso quero encerrá-lo transcrevendo “As lições do PAC” conforme a revista citada. Da natureza e essência destas lições podemos captar como as coisas são feitas e entender porque os resultados não são melhores.

“As Lições do PAC

1. Para evitar imprevistos e definir prazos e custos, com precisão, não se inicia uma obra sem o projeto executivo.
2. Exigências do IBAMA e do MP podem paralisar os empreendimentos. É melhor consultar ambos para antecipar os riscos e soluções.
3. União, estados e municípios devem deixar de lado divergências políticas quando tiverem de decidir obras importantes em conjunto.
4. Combater a corrupção é imprescindível – mas as ações corretivas precisam ser mais ágeis para não paralisar as obras.
5. Os preços precisam ser bem calculados tanto para remunerar os investimentos quanto para evitar pedidos de reajustes.”

Mais que investimento com recursos privados e mistos o sucesso dos empreendimentos requer seriedade e constância durante todo o seu desenvolvimento; isto não vale apenas para Logística.

C.B.MARRA
Vantine Logistics Solutions

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